Análise de William Waack
Durante esta semana, William Waack apresentou uma análise demonstrando que a Petrobras está voltando ao seu estado pré-Lava Jato. Ele destacou que a empresa, sob a nova direção, está retomando práticas e estratégias que haviam sido abandonadas após os escândalos de corrupção.
Decisão do CADE revogada
De acordo com Waack, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) – órgão responsável por proteger a economia contra monopólios – havia determinado que a estatal vendesse suas refinarias, como uma forma de aumentar a competitividade e reduzir a concentração de mercado. Contudo, essa decisão foi recentemente revogada, permitindo que a Petrobras retome a aquisição de refinarias e possivelmente consolide ainda mais seu domínio no setor.
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Obstáculo removido
Para que a Petrobras pudesse se alinhar aos objetivos do governo, foi necessário remover o último obstáculo que impedia a empresa de expandir suas operações de refino. A revogação da decisão do CADE eliminou essa barreira, facilitando a implementação dos novos planos estratégicos da companhia.
Estratégia pós-crise
No passado, após a crise durante a administração de Dilma, decidiu-se que a melhor estratégia para a recuperação da empresa seria desinvestir em refinarias e focar na exploração de petróleo em grandes profundidades, atividade em que a Petrobras se destaca mundialmente. Essa estratégia visava fortalecer a saúde financeira da Petrobras, concentrando recursos e expertise nas áreas de maior rentabilidade.
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Mudança de liderança
No entanto, essa estratégia não está alinhada com os planos de Lula. Ele trocou a liderança da Petrobras porque considerava que os investimentos em refinarias, estaleiros navais e polos petroquímicos estavam progredindo muito devagar. O novo comando da empresa, alinhado com a visão do governo, busca acelerar esses investimentos para impulsionar a economia e gerar empregos, apesar dos riscos financeiros envolvidos.
Conflito com Marina Silva
Ademais, a nova presidente da Petrobras parece estar disposta a entrar em conflito com Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, que possui mais prestígio internacional do que nacional. A presidente da Petrobras está interessada em explorar petróleo na faixa equatorial, próximo à Foz do Amazonas, uma área ecologicamente sensível. Essa exploração enfrenta oposição de ambientalistas e do Ministério do Meio Ambiente devido aos potenciais impactos ambientais.
Retomada de estratégia antiga
A utilização da Petrobras como um braço de investimentos e políticas públicas do governo federal resultou em péssimos resultados há menos de uma década, contribuindo para a crise financeira e de reputação da empresa. No entanto, essa estratégia está sendo retomada com a esperança de que desta vez os resultados sejam diferentes, apesar das lições do passado recente.
fonte: CNN
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