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Venezuela começará a explorar petróleo em Essequibo

Internacional

Venezuela avança em disputa por recursos petrolíferos em território reivindicado

O governo da Venezuela deu mais um passo em sua disputa com a Guiana, país vizinho que possui o território de Essequibo, rico em recursos naturais como petróleo e gás.

O ministro venezuelano do Petróleo anunciou a ativação de unidades de negócios na região para desenvolver a exploração de hidrocarbonetos local.

Ativação de empresas estatais ocorre após anos de impasse

“As unidades de negócios já estão funcionando”, declarou Rafael Tellechea, presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), se referindo a novas subsidiárias recém-constituídas para atuar especificamente em Essequibo.

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Essa área de quase 160 mil km2 no extremo sul da Venezuela é disputada historicamente com o país vizinho Guiana.

O anúncio de Tellechea vem na esteira de uma série de decretos e medidas práticas adotadas nos últimos meses pelo governo de Nicolás Maduro para formalizar a atuação de empresas venezuelanas em Essequibo.

As ações concretas visam acelerar a exploração petrolífera após décadas de impasse diplomático com Georgetown.

VEJA: Opep prevê aumento de demanda de petróleo no mundo para 2023 e 2024

Foco total em exploração de petróleo e gás

De acordo com o ministro venezuelano, a gigante estatal PDVSA constituirá em Essequibo uma divisão totalmente dedicada às operações de prospecção e produção de petróleo e gás na área em litígio.

Essa unidade operacional já contaria até com gestor nomeado e equipe formalizada, executando o plano do governo Maduro.

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O foco é ampliar rapidamente as atividades extrativas da Venezuela no local, seja em parceria com estatais de outros países ou operações exclusivas da PDVSA e suas subsidiárias recém-criadas.

Tellechea reforçou que as licenças serão dadas somente por Caracas.

Resposta à descoberta de enormes reservas confirmadas

Os anúncios e ações concretas da Venezuela se intensificaram depois que foram descobertas gigantescas reservas de óleo e gás natural em águas territoriais do Essequibo, mais especificamente no supercampo petrolífero offshore de Stabroek.

Desde 2015, um consórcio liderado pela ExxonMobil já perfurou com sucesso mais de 30 poços na área.

Os volumes lá confirmados chegam a impressionantes 10 bilhões de barris de petróleo recuperável e outro tanto em gás natural. Isso equivale às maiores descobertas em águas profundas da última década no mundo e pode colocar a pequena Guiana entre os principais produtores globais nas próximas duas décadas.

VEJA TAMBÉM: Investigação do TCU revela possível má conduta na Petrobras durante 2011-2015

Enorme potencial para atrair pesados investidores

As gigantescas reservas descobertas no mar do Essequibo atraíram nos últimos anos dezenas de bilhões de dólares em investimentos de grandes petroleiras americanas e europeias, como Exxon, Hess e Repsol. Impulsionaram ainda o crescimento econômico guianense, que chegou a quase 58% em 2022, um dos maiores do mundo.

O frenesi em torno das reservas abriu o apetite do governo da Venezuela para acelerar também seus planos de exploração na área, seja em águas rasas ou profundas, visando criar fatos consumados na disputa territorial e atrair seus próprios investidores para o que considera parte legítima de seu território.

Agravamento extremo de tensões históricas

A acelerada corrida extrativista no Essequibo acabou acirrando ainda mais o clima já tenso que existia entre Venezuela e Guiana em torno desta disputa territorial centenária, herdada do período colonial.

As ações unilaterais e discurso inflamado adotados pelo governo Maduro nos últimos meses têm alto potencial de escalar as hostilidades diplomáticas e criar incidentes localizados graves com autoridades ou embarcações guianenses.

Pano de fundo político por trás da escalada

Especialistas em relações internacionais apontam razões políticas por trás da retomada agressiva de Caracas no tema Essequibo neste momento.

O governo autoritário e isolado de Nicolás Maduro enfrenta forte crise econômica, contando com apoio popular mínimo.

Precisaria de demonstrações de poderio nacionalista para tentar angariar alguma aprovação interna. Ações no território disputado também serviriam para desviar o foco de problemas urgentes como hiperinflação e fome que assolam os venezuelanos.

SAIBA MAIS: “Expansão na exploração de petróleo: Petrobras busca apoio financeiro chinês.”

Sinais trocados sobre negociação ou conflito armado

Apesar da retórica muitas vezes belicosa de ambos os governos, os presidentes Maduro e Irfaan Ali, da Guiana, se reuniram recentemente e reafirmaram publicamente compromisso com a resolução pacífica da disputa territorial.

Acordaram evitar discursos incendiários que possam inflamar ainda mais os ânimos nacionalistas da população dos países.

Entretanto, analistas alertam que ações militares localizadas não estão totalmente descartadas caso o impasse perdure, trazendo enorme instabilidade regional.

Horizonte nebuloso para uma solução negociada

A solução definitiva do impasse em torno de Essequibo permanece distante e nebulosa, porém.

Os interesses econômicos e políticos são massivos tanto para a Venezuela quanto para a Guiana e suas parceiras corporativas.

Os próximos passos das nações e das gigantes petrolíferas já atuantes na área disputada na prática será de extrema importância para o desfecho desse antigo entrave político na América do Sul.

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