O Federal Reserve (FED) surpreende com prognósticos otimistas para 2023
No início deste ano, o Federal Reserve (FED), previu tempos muito difíceis para a economia americana em 2023. Autoridades alertaram sobre o risco significativo de recessão, baseadas em projeções de modelos e tendências históricas de desaceleração.
Elas estimaram um crescimento fraco próximo à estagnação, de apenas 0,5%, além de substancial aumento da taxa de desemprego.
Inflação cede rápido sem grandes danos
Porém, o ano termina com uma realidade bem mais positiva do que os piores cenários. A inflação cedeu muito mais rápido que o esperado inicialmente, caindo de 9,1% em junho para 6,5% em dezembro, sem elevar muito a taxa de desemprego ou danificar severamente o crescimento econômico, agora estimado em expansão de 2,6% – cinco vezes a expectativa de 0,5%.
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Fatores que ajudam a explicar o otimismo do FED
Diante desse cenário bem mais favorável, é preciso entender os principais fatores que fizeram a diferença nas projeções.
Alguns pontos-chave ajudam a explicar o otimismo das últimas semanas:
Consumo das famílias mostra poder surpreendente
- Os generosos auxílios financeiros distribuídos durante o auge da pandemia turbinaram temporariamente o poder de compra da maior parte dos lares americanos. Tratou-se de um impulso momentâneo sem precedentes.
- No entanto, contra as expectativas, os gastos dos consumidores se mantiveram em nível elevado mesmo após a finalização dos volumosos programas governamentais de transferência de renda. O consumo se mostrou persistente.
- Isso pode ser explicado pelo alto volume de poupanças e recursos financeiros que as famílias conseguiram acumular durante os períodos de auxílio. Essas reservas permitiram sustentar os gastos por mais tempo do que o inicialmente previsto.
- Dados demonstram que as famílias vêm gradualmente consumindo as economias adicionais geradas na pandemia. Porém, uma parcela dessas reservas deve persistir no longo prazo, permanecendo como um colchão para manter certo nível de consumo nas famílias.
- Outro fator que apoiou a resiliência foi a continuidade do aquecimento do mercado de trabalho, que seguiu possibilitando aumento da renda obtida com trabalho após os auxílios.
- Portanto, a combinação de poupança acumulada somada à força do emprego permitiu que o consumo não sofresse uma grande retração. Isso ajudou a suavizar desacelerações no nível de atividade econômica do país.
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Mercado de trabalho favorável
O cenário de trabalho favorável aparece como um ponto importante, desafiando as previsões iniciais e contribuindo para a resistência econômica. Alguns detalhes adicionais a serem considerados incluem:
- Ingresso Recorde na Força de Trabalho: A entrada significativa de mulheres e idosos no mercado de trabalho atingiu níveis recordes, destacando uma dinâmica inclusiva e diversificada.
- Redução nas Contratações em Comparação Pré-Pandemia: A diminuição nas contratações, retornando a patamares observados antes da pandemia, desempenhou um papel essencial na redução das pressões salariais, alinhando-se surpreendentemente com o cenário econômico.
- Desemprego Historicamente Baixo e Impacto no Consumo: A manutenção de uma taxa de desemprego historicamente baixa não apenas permitiu a estabilidade no consumo, mas também facilitou níveis sustentáveis de endividamento para os consumidores.
Redução nos custos de produção
A redução nos custos de produção se revela como um aspecto essencial, com mudanças práticas que aliviaram desafios e impactaram positivamente os setores econômicos.
Algumas modificações adicionais a serem consideradas incluem:
- Recomposição de Estoques Aliviou Obstáculos: O reabastecimento dos estoques desempenhou um papel fundamental em superar gargalos, especialmente no setor automotivo, demonstrando uma resposta eficaz às demandas do mercado.
- Commodities como Petróleo e Alimentos Tiveram Queda Após Especulações em Alta: Após atingirem picos especulativos, commodities como petróleo e alimentos experimentaram uma redução significativa, contribuindo para a estabilização dos custos de produção.
- Reorganização da Logística Global e das Cadeias Domésticas: A logística global e as cadeias produtivas domésticas passaram por uma reorganização substancial após enfrentarem disrupções, evidenciando a capacidade de adaptação diante de desafios.
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Política monetária pode mudar o rumo, considerando a desinflação acima do esperado e bom desempenho econômico, os juros devem começar a ser reduzidos, o que traria novo fôlego. Cortes podem ocorrer já no primeiro semestre de 2024 para manter expansão.
Riscos contidos no sistema financeiro, onde as dificuldades pontuais de alguns bancos foram contornadas pelo Fed e não geraram uma crise sistêmica mais ampla, o que também deu ânimo.
Perspectivas mais otimistas para o futuro, pois nos comunicados recentes, o Fed sinalizou satisfação com a trajetória atual. A probabilidade é maior agora de a inflação seguir arrefecendo sem muitas problemas, permitindo crescimento moderado.
O quadro muito mais promissor que as previsões mostra o desafio de antever todas interações econômicas. 2023 termina com aprendizados sobre falhas em prognósticos do Fed e especialistas.
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